Shakyamuni, by Celina Oliveira

Há dias recebi uma cliente aqui no espaço. Uma mulher bonita, cheia de vida mas amargurada. Falamos sobre a vida dela, sobre o que a preocupava.  O tarot mostrou algumas alterações a fazer, algumas atitudes a melhorar. A resposta que obtive foi qualquer coisa como: não tenho nada a melhorar, não tenho nada a fazer.  Perante uma resposta destas, o que fazer? Como ajudar alguém que não admite precisar de mudar? Como ajudar alguém a perceber que a Vida não nos dá nada, não nos deve nada. Apenas devolve. Devolve os nossos pensamentos, devolve as nossas acções, devolve os nossos sentimentos.  Só posso ajudar quem quer ser ajudado. Vir a uma consulta de Tarot à espera de ouvir que está tudo bem, que os outros é que estão errados, que os outros é que têm a responsabilidade do que acontece na tua vida não vai mudar em nada o teu estado actual. 

Há dias ouvi na rádio alguém dizer que ainda bem que já é sexta. Mesmo que amanhã chova está tudo bem porque é fim de semana e não temos que trabalhar.  Não sei porquê mas esta frase tira-me do sério. Quer dizer, até sei. Sei que não podemos ser felizes só ao Sábado quando faz sol e vamos de fim de semana prolongado. Porque não podemos ser felizes quando chove ou quando um pneu fura ou quando alguém nos magoa? Porque não podemos ver a felicidade nas pequenas coisas e temos que esperar por grandes acontecimentos na vida se a vida é feita precisamente de pequenos momentos?  Sabes que é esse tipo de pensamento que te limita, certo? Que te mantém na mediocridade...